Sinais de Liberdade


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domingo, 17 de agosto de 2008

Palavras para quê?

domingo, 20 de abril de 2008

Why is Free Speech so important?...

First they came for the Communists,
and I didn’t speak up,
because I wasn’t a Communist.
Then they came for the Social Democrats,
and I didn’t speak up,
because I wasn’t a Social Democrat.
Then they came for the Trade Unionists,
and I didn’t speak up,
because I wasn’t a Trade Unionist.
Then they came for the Jews,
and I didn't speak up,
because I wasn't a Jew,
Then they came for me,
and by that time there was no one
left to speak up for me.


Encontrei isso por acaso enquanto navegava livremente pela web.Foram palavras proferidas por Pastor Martin Neimoller's pouco depois de ter sido enviado para um campo de concentração, isto em plena Segunda Guerra Mundial.

O porquê de me terem chamado à atenção? Bem, parece-me simples. Foi impossível não fazer uma analogia com a sociedade que temos actualmente e verificar o quão actual o texto está.
Martin Neimoller's, apesar de ter consciência do que se passava em redor dele, nunca fez nada para interferir. Para quê sujeitar-se a sofrer represálias quando o que acontecia em redor dele não o afectava directamente? Ainda actualmente, o homem só se preocupa com o bem-estar geral quando tem o seu próprio bem-estar assegurado. De modo análogo, algo que afecte o bem-estar geral só o afectará a ele quando começar a afectar o seu próprio bem-estar.

É isto bom? Do ponto de vista social, onde os imperativos mandam que nos preocupemos uns com os outros e sejamos solidários, é claro que não.
Do ponto de vista humano, diria que é apenas "natural", e nem digo isto de forma muito depreciativa.
Nós como seres naturais que somos (ou seja, da natureza), temos nos nossos genes, ainda que de forma não muito notória, o seu básico instinto - o da sobrevivência. Assim sendo, é natural que nos queiramos ver longe de sarilhos o máximo tempo possível ou mesmo nunca os chegar a encontrar. Ora, se formos para o lado daqueles que estão em sarilhos, é certo que iremos levar por tabela.

Desculpa isso o facto de nos desinteressarmos pelo que nos rodeia?
Pois, a verdade é que também não. Por alguma razão somos diferente dos outros seres da natureza. E essa razão é precisamente sermos possuidores de razão. Razão essa que nos dá a capacidade de pensar, julgar e decidir por nós próprios. Razão essa que deve, que tem de estar necessariamente acima de qualquer instinto primário que tenhamos.


É que se hoje estamos bem mas vivemos numa sociedade contaminada e nada fazemos, mais cedo ou mais tarde, seremos vitimas dessa mesma sociedade. E nesse instante, there would be no one left to speak up for us.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"A valorização do saber popular na actualidade"

Mais de 3 meses depois, volto a dar vida a este espaço. É certo que de inicio tinha como objectivo ser mais regular na escrita, mas factores vários - onde reconheço que a preguiça foi um dos determinantes - fizeram com que este projecto estivesse tanto tempo parado.

Aos meus poucos, mas fieis leitores, um pedido de desculpas com a promessa de tentar ser mais regular futuramente.

Bem, em relação ao post de hoje, ele não é mais do que o que a transcrição da minha opinião sobre o tema que dá título à mensagem. A opinião foi-me pedida por uma amiga minha - a Marisa - e passa a estar disponível para todos os que quiserem ler.

A quem o fizer, um forte abraço.



"Saber popular, também conhecido como o saber que passa de geração em geração, de pais para filhos, de filhos para netos.

Geralmente é um saber empírico, adquirido apenas à custa da experiência do quotidiano, o que o torna limitado na medida em que apenas é praticável em circunstâncias muito próprias. Ou seja, dando o exemplo da agricultura (sector onde o saber popular ainda tem grande abrangência), o que é regra num local, em virtude de factores como o clima ou o tipo de solo, já não o será noutro. Já que falamos nos handicaps, não podemos deixar de referir a falta de “aprovação” científica. E numa sociedade onde o “cientificamente provado” assume estatuto de verdade absoluta, o saber dos mais velhos passa a não ter credibilidade (quase) nenhuma.

É isto mau? Objectivamente acho que sou obrigado a responder que não. Não há problema nenhum em saber porque fazemos determinada coisa, porque é que aquela coisa acontece de determinada maneira, qual a causa - efeito daquilo que nos rodeia, antes pelo contrário. Nós somos seres curiosos por natureza, e desde criança que sempre nos habituamos a questionar, e por norma, um “porque sim” ou “porque sempre se fez assim”, ou “porque já o meu assim fazia” não satisfaz ninguém. E são precisamente estas as respostas que o saber popular oferece. Respostas que efectivamente não respondem a nada, mas que obrigam a seguir um padrão previamente estabelecido.

Agora a questão que se levanta pode ser a seguinte: deve este saber (popular) ser desvalorizado e completamente posto de lado? A resposta também não me parece complicada. Se há coisa que devemos ter em mente é que nesta altura já ninguém inventa nada de novo. Como se costuma dizer, já está tudo inventado, a nossa função agora é apenas melhorar o que já existe. Assim sendo, o saber popular ser-nos-á útil na maioria das situações, situações essas em que o quê e o porquê são apenas secundários.

É isto que acontece? Falando pessoalmente (e talvez devido ao facto de estar numa área cientifica), eu olho com um bocado de desconfiança para certos dogmas e paradigmas que ainda estão presentes em determinadas acções do nosso quotidiano (não semear um determinado alimento por causa da lua, apenas para referir um exemplo), e talvez faça mal, mas duvido que fuja ao padrão actual.

Em suma, numa época em que se exigem respostas precisas, o saber popular não deve ser desvalorizado, apenas passado para segundo plano. É certo que um dos maiores problemas da sociedade é enquadrar duas gerações diferentes (científica vs popular) num mesmo espaço temporal, mas cabe-nos a nós fazer com que isso seja possível."

sábado, 5 de janeiro de 2008

Don't Forget To Be The Way You Are

"Se somos a mesma pessoa e nos conhecemos e, mais importante do que isso, reconhecemos sempre, estejamos nós com pêlo, sem pêlo, bem vestidos, mal vestidos, alegres, porque é que sentimos a necessidade de agradar a terceiros para que também nos possamos sentir bem connosco próprios?"

Foram mais ou menos estas as palavras, ditas poucas horas depois da passagem de ano e proferidas por alguém que acredito realmente ter sentido o que disse, que deram asas ao primeiro momento filosófico do ano, e que por sua vez dão também o mote para o primeiro post do ano.

Mais que uma pergunta retórica, a frase leva-nos a questionar até que ponto a nossa auto-estima é influenciada por aquilo que os outros pensam de nós. E pela própria pergunta em si, dá para depreender que a resposta será algo do género: "mais do que aquilo que à partida seria de esperar"... ou talvez não.

Por mais que nós nos queiramos manter fieis a nós próprios, é inegável que vivemos em sociedade e que todos nós temos necessidade de afecto, e de nos sentirmos acarinhados. Assim sendo, e por menos sentido e lógica que possa fazer, a verdade é que a nossa auto-estima e ego ressentem-se e são sensiveis ao que as outras pessoas possam sentir de nós. Não são todas as pessoas, como é mais do que óbvio, mas é inegável que nos importamos com o que as que gostamos pensam de nós, até porque, e falando muito a nível pessoal, uma das coisas que me deixa com a auto-estima em baixo, é alguém que eu goste e me importe, chegar perto de mim e dizer-me algo do género: "tu desiludiste-me", ou algo com o mesmo significado.

Em suma, só devemos deixar que o que outra pessoa pense de nós nos afecte quando também nós nos importemos com o que a pessoa em questão faz ou age. Ou seja, mais do que tentar agradar a toda a gente, nós devemos é não tentar desiludir aqueles que não merecem ser desiludidos.

Como? Não nos esquecendo de sermos da meneira que somos =)



PS: Bom ano para todos, mas especialmente para aqueles que têm paciência e disponibilidade mental para vir aqui ao meu cantinho, e que resolvem não o ignorar.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Freedom of Choice...or...Independence Limited

Como podem reparar pelos posts anteriores, os assuntos tratados aqui têm sempre como base alguma notícia que me tivesse suscitado interesse ou, no caso da última reflexão, uma exigência da minha professora de Português. O post desta semana também não irá fugir à regra de ter algo que serviu de base, e neste caso, a fonte de inspiração foi uma música que andei a ouvir esta semana, e cuja letra me deu vontade de reflectir um pouco.

A letra em questão pode ser consultada aqui, pertence à canção "Eye of The Beholder", escrita e interpretada pelos Metallica.

A letra da música gira em torno do facto de termos as nossas acções constantemente limitadas pelo sistema judicial, e por esse motivo nunca conseguirmos atingir a liberdade absoluta, pois estamos sempre constrangidos por alguma entidade superior.

Feita que está esta espécie de introdução, o busílis da questão passa em saber se essa liberdade absoluta, que propositadamente falei em cima, pode de facto ser alcançada, ou se pelo contrário não passa de uma utopia que faz sonhar o comum dos mortais.

Se olharmos um pouco para o nosso passado, e de certa forma para o nosso presente, a ideia que tenho é que o homem sempre concebeu e desejou essa ideia de liberdade absoluta, mas da mesma forma que concebeu essa ideia, logo arranjou meio para para tornar ainda mais utópico esse sonho. Estou-me a referir, por exemplo, aos deuses que segundo as histórias governaram em temos a terra a partir do Olimpo. Esses deuses, segundo o que se conta, tinham poderes que passavam em larga escala os poderes humanos, e por isso mesmo eram estes que comandavam o destino dos segundos, estando estes últimos impotentes de viver a sua vida a seubel prazer, pois por mais que se esforçassem, o seu destino estaria sempre dependente dos deuses. Ainda hoje isto se passa um bocado.

Ora, neste exemplo, a ideia de liberdade está associada aos deuses (ainda que suportada pela sua omnipotência), e o conceito de seres não livres ficou intrisceco ao comum dos mortais. Partindo do princípio que nós não podemos atingir o estatuto de Deus, e que estes são fruto da imaginação do homem (pelo menos é o meu ponto de vista), há duas coisas que se podem induzir: O Homem sempre sonhou com a liberdade absoluta, e ao mesmo tempo sempre teve medo de se tornar livre, pois se há uma coisa que acho que é incontestável, é que se formos livres o suficientes para agir de acordo com a nossa vontade, temos de ser igualmente responsáveis para assumir a consequência desses mesmos actos.

Deixando o lado mitológico um pouco de lado, e centrando-nos apenas no nosso mundo palpável, a conclusão a que chego é que apenas somos livres até certo ponto, e já nem entro no campo da omnipotência, pois acho que não é descabido pensar que ainda alguém tem a ideia de liberdade como sendo "fazer tudo o que nos apetece".

Vejamos porque é que afirmo que não conseguimos ser totalmente livres.

Em primeiro lugar porque desde o momento em que nascemos, ficamos inseridos numa sociedade em que já existem regras e padrões isntituidos. Ou seja, por mais que não queiramos, estaremos sempre limitados pelo local que nascemos, pela educação que tivemos, pelas oportunidades que tivemos ou não. São totalmente diferentes as oportunidades que uma pessoa que nasce num ambiente favorável consegue (entenda-se um ambiente se m guerra, fome, doenças), do que uma qualquer pessoa que nasce e cresce no meio de um clima hostil.

Por outro lado, o facto de mais uma vez vivermos em sociedade, faz com que a nossa liberdade fique condicionada pela nossa interacção com os outros. Ao relacionarmo-nos com outras pessoas, temos de agir de forma a que não coloquemos em causa a susceptibilidade alheia.

Outro ponto a considerar são as condicionantes genéticas. Uma pessoa que nasce com um qualquer problema de saúde fica irremediavelmente condicionado .

Perante este cenário, a conslusão que se tira é que o exercício da liberdade é uma coisa que envolve vários factores, e por isso mesmo, é muito restringida, mas isto não significa que esta não exista.

Para mim liberdade, mais do que termos controlo sobre todas as condicionantes da nossa vida (o que é impossivel), consiste em termos capacidade de quando confrontados com dois caminhos distintos, sermos autónomos o suficientes para escolher aquele que melhor se adequa à nossa pessoa. Se é certo que não podemos controlar tudo à nossa volta, também não é menos verdade que temos o direito, e fundamentalmente o dever de sermos nós próprios a decidir aquilo que está dentro das nossas possibilidades e que nos afecta directamente.

Mesmo quando as condições não são as melhores, e não o são por motivos que transcendem as nossas limitações, e essas condições fazem com que a nossa vida seja comparativamente mais difícil que a vida da maioria das pessoas, há sempre pelo menos duas opções a tomar. Ou nos conformamos e nos tornamos ainda mais miseráveis que a miséria à nossa volta pelo simples facto de nem sequer termos tentado mudar as coisas, ou, por outro lado, não nos conformamos e lutamos por um futuro melhor. É certo que o caminho não será fácil, mas difícil por difícil, mais vale lutar.


sábado, 15 de dezembro de 2007

"A cultura light/descartável dos nossos dias"

Actualmente vivemos num mundo onde os mass media têm uma influência e um poder enorme. Com capacidade para sabermos e darmos a conhecer o que se passa em nosso redor numa questão de minutos, este cenário leva-nos a chamar o nosso cada vez mais pequeno planeta de aldeia global.

Ora, até aqui nada de anormal, e se analisarmos bem a situação, a capacidade para interagirmos mais facilmente com outras culturas, à primeira vista, é bastante positivo, pois não há nada melhor que a partilha mútua de conhecimentos para a evolução dos mesmos.
No entanto, ao olharmos à nossa volta, o que vemos não é uma interrelação entre as várias culturas, que com o tempo e com as medidas certas nos traria a sociedade interculturalista que se deseja e sobretudo exige, mas sim uma constante criação e renovação de modas à escala global.
E isto acontece porque, a meu ver, s evolução dos meios de comunicação veio favorecer não só o cidadão comum, mas, principalmente, as entidades envolvidas no ramo do comércio, que apoiadas em estratégias de marketing fortíssimas, têm agora um imenso público-alvo.

A combinação destes dois factores faz com que sejamos compulsivamente "obrigados" a seguir as modas criadas propositadamente por quem quer ganhar algum (muito) dinheiro com isso.
Como exemplo mais significativo deste fenómeno temos, a meu ver, a indústria musical, que se repararmos, é uma das formas de cultura com mais expressão. Apoiadas em fortes estratégias de marketing e imagem, não é raro ver bandas e músicos que surgem do nada e serem logo idolatradas e adoradas por muita gente, jovens principalmente. A qualidade musical nem sempre é a melhor (vejam-se casos dos Tokio Hotel, a nível internacional, ou de uns DZR'T a nível nacional), mas necessitados de se integrarem num qualquer grupo, as pessoas consomem quase tudo o que lhes metem à frente apenas como forma de se sentirem integrados. E isto não seria tão mau se a moda não mudasse ano sim, ano sim. Ora se num ano é moda ser rapper, no outro a moda já é ser punk, e no ano a seguir é "in" ser emo.

Apesar de ser um caso específico, acho que este exemplo reflecte bem a sociedade light e descartável em que vivemos. Light porque assenta em coisas tão fúteis como a imagem e a necessidade de se parecer integrado aos olhos das outras pessoas, e descartável porque essas necessidades mudam constantemente, nunca chegando propriamente a fazer parte da verdadeira cultura.

É claro que estou a generalizar, e como em todas as generalizações, comete-se sempre o erro de se pecar por excesso, o que, nesta situação é uma coisa positiva, pois ainda há algumas pessoas a fugir ao modelo que descrevi.


NOTA: Texto escrito para a disciplina de Português, depois de a professora nos ter pedido para fazermos um texto em que tínhamos de desenvolver a frase que deu título a este post ("A cultura light/descartável dos nossos dias".)